Fundo da Garrafa
- Migalha
- 10 de fev.
- 1 min de leitura
Gritei que te amo junto ao rio.
Esvaziei a primeira garrafa.
A ver se encontrava quem dissesse o contrário,
Do fundo dela, nenhuma voz se ouviu.
Jurei deixar de ser quem eu sou,
Balbuciava sonhos enquanto bebia.
Quis ver quem me travaria,
Só o fundo da garrafa me parou.
Prometi que mudaria,
Enquanto abria outra garrafa.
A rolha não saía,
Deixei e tirei a outra da mala.
Disse que não me iludiria,
Mas a chegar à quarta,
Naquele que era um longo dia,
Cheguei à minha quinta por magia.
A garrafa, minha companhia.
Desde o gargalo ao fundo,
Pensei que por a vazar,
Me sentiria completo.
Mas para meu azar,
O que mudou foi o meu dialeto.
Comentarios